Era uma vez uma árvore e uma moça que amava aquela árvore.
Tinham se conhecido já fazia algum tempo.
A moça era a encarregada de limpar o pátio mais importante do castelo,
até que um dia, anos atrás, se deparou com um brotinho crescendo
entre as lajotas de cristal.
Não teve coragem de tirá-lo dali.
O tempo correu, o broto virou uma árvore bonita e passou
a fazer parte da vida da moça.
Era para lá que ela ia quando ficava triste ou muito feliz.
Gostava de ver o movimento dos galhos, o colorido das flores
e de ouvir os passarinhos.
A árvore também gostava da menina, mas do vento ela gostava mais.
Toda vez que a brisa passava, ela se arqueava inteira para que
o vento batesse mais forte. O problema é que, quanto mais a árvore
balançava, mais folhas caiam no chão.
A menina amava tanto aquela árvore que no começo
pensou que ficaria tudo bem.
Todos os dias, ela acordava bem cedo e
juntava as folhas, uma a uma, pacientemente.
Ia dormir com o brilho das lajotas e, ao acordar,
encontrava as folhas caídas de novo.
Com o passar dos meses, ela foi ficando cansada.
Não tinha mais tempo para aproveitar a árvore
porque vivia para recolher as folhas.
Até que um dia, exausta e com toda a dor do mundo,
pegou um machado e podou até não sobrar nada.
Hoje, ela já não se incomoda com as folhas,
mas ainda sente uma saudade horrível do barulho dos passarinhos.
Os problemas foram embora levando tudo o que era mágico.
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