A repetição dos filmes sobre
sustentabilidade me dá ânsia.
As vilãs do mundo: garrafas de
plástico.
As novas heroínas: ecobags.
A “tradução” da palavra
diversidade:
uma criancinha negra
uma criancinha negra
de cabelo bem crespo ao
lado de uma loirinha de olhos claros.
E só. Acaba por aí.
Tirando
algumas variações, do tipo o japonês inteligente
e a asiática
empresária, esse é o nosso discurso.
Elitista, disfarçado.
Queremos a sustentabilidade dos smartphones (?),
a
diversidade que não atinge nossos preconceitos,
proteger a
natureza desde que
nunca me falte o carro e o secador de cabelo.
nunca me falte o carro e o secador de cabelo.
Sustentabilidade deveria ser padrão de comportamento,
mas virou uma
marca, uma palavra da moda
que serve para mascarar nossos princípios
mais mesquinhos e mais humanos,
mais mesquinhos e mais humanos,
valores que eu reconheço desde bem
pequenininha,
na hora de abrir os presentes:
eu quero que seja novo,
eu quero que seja lindo,
eu quero que seja meu.