segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Os carecas continuam fora da lei



A repetição dos filmes sobre sustentabilidade me dá ânsia. 

As vilãs do mundo: garrafas de plástico. 

As novas heroínas: ecobags. 

A “tradução” da palavra diversidade:

uma criancinha negra 

de cabelo bem crespo ao lado de uma loirinha de olhos claros. 

E só. Acaba por aí. 

Tirando algumas variações, do tipo o japonês inteligente 

e a asiática empresária, esse é o nosso discurso. 

Elitista, disfarçado. 

Queremos a sustentabilidade dos smartphones (?), 

a diversidade que não atinge nossos preconceitos, 

proteger a natureza desde que

nunca me falte o carro e o secador de cabelo. 

Sustentabilidade deveria ser padrão de comportamento, 

mas virou uma marca, uma palavra da moda 

que serve para mascarar nossos princípios

mais mesquinhos e mais humanos, 

valores que eu reconheço desde bem pequenininha, 

na hora de abrir os presentes: 

eu quero que seja novo, 

eu quero que seja lindo, 

eu quero que seja meu.  

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Suicídio virtual

Saí do Facebook. Promessa de fim de ano.

Não é que o Facebook seja mau,

mas o uso que eu faço dele é.

Confiro mensagens 30 vezes por dia.

Comento e torço para que as pessoas curtam.

Estou ficando boba.

Levei a sério demais esse negócio de publicidade virtual,

de querer ser presente, lembrada.

Abri minha vida, minhas fotos, meus pensamentos.

Publiquei, claro, só o que interessa.

As fotos feias não estão lá, os erros não estão lá,

dos meus mais de 380 amigos,

quantos eu lembro de cabeça?

Considero fantástica a possibilidade de se conectar com tanta gente,

nunca vi nada que funcione tão bem para divulgar conteúdo,

mas perdi a dose.

A meta deste ano é mais book e menos face.

Comecei com menos face.

Veremos.





















Aluga-se

Não importa por quanto tempo: se é por dois meses ou pra vida inteira.

Não importa se é a ideal ou se o futuro terá outras chaves.

Quando se está em casa, é preciso se sentir em casa.

É preciso se reconhecer nas cores das paredes

e nas estampas dos lençóis.

É preciso se encontrar nos enfeites da mesa da sala

e nas fotos ao lado da cama.

Num mundo tão movimentado e tão cheio de gente,

casa é a sensação de segurança ao cruzar o portão,

o ponto de partida e de chegada,

é onde o tempo e a vontade se expandem

segundo a nossa própria métrica.


Casa é mais que um lugar para morar.

É um lugar que mora na gente.





Ontem eu achei um emprego. Hoje eu pedi demissão.

Ontem eu achei um emprego. Hoje eu pedi demissão. Vou explicar o motivo para que vocês se saiam melhor do que eu. Desemprego mata a aut...