Sem aviso, sem teaser, sem drama,
sem beijo de despedida, nem longas explicações.
Vai e não volta para buscar as roupas que ficaram no armário,
as fotos do dia dos namorados,
não briga por nenhum tipo de herança dessa história.
Enquanto a gente ainda gosta, o normal é insistir na trilogia.
Querer um capítulo I que permita um possível capítulo II.
Um final estrategicamente reversível em caso de arrependimento
ou milagrosa mudança de atitude.
É do protocolo de quem quer ficar revirar assuntos esgotados
e cobrar o amor que falta como um pincher impaciente.
Para os que não têm coragem, a tática é dissimular,
achar uma brecha e jogar a culpa pro outro lado
a fim de se livrar do ônus de pedir desculpas.
Seja por medo ou por esperança, de alguma maneira,
as histórias se estendem e se enosam.
Seja por medo ou por esperança, de alguma maneira,
as histórias se estendem e se enosam.
É privilégio de quem não se importa deixar as coisas
por isso mesmo e sair antes do fim.
Porque, se parar pra pensar, dizer não é fácil.
Porque, se parar pra pensar, dizer não é fácil.
Digo não para rabanete, agrião, convites para corrida
e buffets de sopa. Digo não para atendentes de telemarketing,
assinaturas do Linkedin, fujo sem cerimônia das pessoas
que me abordam na rua com uma prancheta na mão.
Para tudo que não se quer, dizer não é a coisa
Para tudo que não se quer, dizer não é a coisa
mais simples do mundo.
Difícil é deixar de querer.