quarta-feira, 3 de abril de 2013

Noites avulsas não são um fetiche


Queria escrever para a Capricho. Contar para as meninas

mais novas o que borrei muito rímel para aprender. 

Dizer que os meninos nem sempre são tão sinceros, 

que nós temos o péssimo hábito de supervalorizar 

demonstrações de carinho e, clarissimamente falando, 

quando o assunto for sexo, se puder regular, regule. 


O motivo dessa minha advertência diverge um pouco 

das aulas de educação sexual. Sexo engravida. 

Sexo transmite doenças gravíssimas e perebas muito feias. 

Sexo antes da hora pode acabar com a reputação das 

mocinhas de respeito. Até aí, nenhuma novidade. 

O que pouca gente percebe é que dar fideliza. 

E isso eu acho bem sério. 


Mulheres não foram feitas para uma noite e nada mais. 

Esse é só o nosso pretexto para nos colocar em 

alguma situação que o irmão mais velho não aprovaria. 

"Ele quer, eu quero. Qual é o problema?” 

O problema é que provavelmente você vai querer mais.

E muito provavelmente não vai querer com mais ninguém. 

Nunca escutei uma menina falar de uma noite incrível 

sem esperar uma segunda. 

É irritante, mas acho que a gente realmente curte o tal do envolvimento. 


O motivo para tanta expectativa não é dos mais românticos. 

A verdade é que a chance de uma primeira vez ser

inacreditavelmente prazerosa é mínima. 

Acompanhe o raciocínio: se o cara é um desastre, não haverá outra. 

Se o cara é muito bom, a primeira vez fica apenas entre legal e razoável. 

A gente sabe disso perfeitamente e é por isso que esperamos 

mais que uma degustação de supermercado. 


Para aqueles que duvidam dessa minha teoria eu proponho um desafio.

Quando já estiverem deitados, entre beijos e toda aquela confusão, 

fale carinhosamente: essa é a nossa única noite. 

Ela vai ficar chocada, e tansinhas que somos, 

vai acreditar ser um mal entendido: 

– Única noite? Quer dizer.. noite única? Assim…Especial? 

– Não, babe, única mesmo. Só essa. Eu não vou te ligar. 


Você nunca viu uma mulher se arrumar tão rápido. 

Em menos de um minuto, ela já pegou as roupas do chão 

e arranjou um jeito de ir embora. Batendo a porta e acordando

 os vizinhos, como toda brasileira sabe fazer. 


Quando eu visualizo a cena, vejo que está faltando sinceridade. 

Definitivamente, noites avulsas não são um fetiche. 

O que nos interessa mesmo é o pacote. 

Então, em vez de negar a nossa natureza e fingir que 

estamos muito moderninhas, talvez fosse mais inteligente 

criar logo um cartão fidelidade.


Quanto mais você usa, mais benefícios. 

Até que enfim, um legítimo um programa de relacionamento 

para verdadeiros privilegiados.




---

Quem achou que eu estou generalizando tem todo o meu apoio. As pessoas são diferentes, sentem diferente, fazem coisas diferentes. Essa é só a minha opinião. Por favor, não me levem muito a sério.

9 comentários:

  1. Cuidado. Toda generalização é traiçoeira.

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    1. Eu concordo com você. Desde que postei o texto já estava receosa. Vi seu comentário no momento em que ia colocar um ps, deixando bem claro que isso estava muito longe de ser uma verdade, que as pessoas são diferentes, bem como as situações. O que eu escrevo aqui é só um pouco da minha opinião, exagerada até não poder mais na tentativa de deixar o texto mais divertido. Às vezes funciona, mas nem sempre.
      Um beijão!

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  2. Generalizações a parte gostei do texto.
    Embora pareça um pouquinho exagerado (bem pouco, acredito) é o que vemos por ai. É o tipo de pensamento que deveríamos ter com mais frequência.

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  3. Com todo respeito ao "Anônimo", penso que a advertência não foi adequada. Acredito que o blog não tem a intenção de ser um conselheiro pessoal para as mulheres e portanto toda e qualquer opinião, generalizada ou não, não é passível de ser "questionada". Não a conheço pessoalmente, mas existe até a possibilidade da opinião dela não ser exatamente esta...
    Talvez se a autora escrevesse o texto em outro contexto/conjuntura é possível até que a mensagem fosse a oposta.
    Enfim, sou contra a "patrulha". Gosto da artista assim, livre pra escrever o que quer...quando quer (Sarah, só não vale ficar mais de 2 meses sem postar...hehe)

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    1. Oi, Vinícius,

      Concordo com você que a patrulha é sempre muito chata, mas também entendo o que o Anônimo quis dizer. Lembro de um colunista de Floripa que eu não gostava muito (não vou dizer o nome só pra ser bem elegante heheh) que escrevia "Os jovens são isso" "Os jovens são aquilo" e eu achava ruim porque pensava "Nem todos os jovens são isso e, os que são, também não são isso o tempo tempo todo", sabe?
      Então, quando eu falo sobre mulheres e homens de um jeito bem geral, morro de medo de ofender ninguém. Penso, repenso e no final acabo publicando, afinal isso é um blog e não uma tese sociológica, né?

      Um beijão, boa semana e pode deixar que não fico mais tanto tempo sem escrever...

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  4. Caro Vinícius, nada contra você pensar que a advertência não foi adequada. Mesmo porque não foi uma advertência, foi uma ironia. E, observe, não estou corrigindo a sua interpretação, estou apenas, digamos assim, depurando o meu comentário.

    Caso você tivesse tido um pouco mais de sensibilidade, perceberia que "toda generalização é traiçoeira" é, por si só, uma generalização, logo, é traiçoeira. Fim de papo.

    ***********

    Também sou contra qualquer tipo de patrulha. Acho, inclusive, a palavra "patrulha", uma das mais feias da língua portuguesa.

    E, nao há nada mais "patrulheiro" do que acusar um singelo comentário de ser "patrulheiro". - Perceba, mais uma vez, uma fina ironia.

    *********

    Sabe Sarah, uma vez, no ensino primário ainda, uma professora de português disse em sala de aula:

    - Jamais digam, ao escrever, que aquela é a sua opinião. Isso é óbvio!

    Sabe aquela frase, "dance like nobody's watching"? Pois é, eu diria a voce:

    Write like nobody's reading!

    O que faz os seus textos especiais é exatamente a sensação de confidência. Parece que você conversa consigo mesma, e sinto que você e você são grandes amigas. Ler seus textos é ter o privilégio de participar dessa conversa tao íntima.

    Não tenha medo de escrever. Se necessário for, ofenda. Adoro os autores que me ofendem.

    Finalizo com uma reflexão...

    "Se com medo ela escreve assim, do que será que é capaz quando perdê-lo?"

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    1. Bem construtivo o debate... A palavra escrita abre margem para todo tipo de interpretação. Me faltou a sensibilidade mesmo...

      Mas a palavra "cuidado" logo me remete à uma advertência. E ainda pelo fato do seu comentário não ter sido assinado, não foi possível captar ou supor se você (a pessoa que está por trás da tela) estava passando aqui pela primeira vez, se é amigo de longa data da Sarah. Não quero ser desrespeitoso, mas assinar um comentário como Anonimo não está te favorecendo...

      Enfim, apenas fiz questão de deixar o meu comentário pelo "Ps" que a Sarah incluiu. Na na minha opinião este "PS" estragou o texto. É quase como ter um "manual" que detalha explicitamente o que o autor quis dizer no texto. No fim, perde-se toda a graça de tentar decifrar a mensagem real por trás do texto.

      Da Vinci não anexou um manual ao quadro da Mona Lisa, e isto rendeu o enigma sobre o seu sorriso. Talvez a comparação não caiba, mas foi neste sentido que eu me expressei.

      Mas, não quero fazer falsa polêmica. Peço desculpas se o tom foi ofensivo, mas acredito que você entendeu meu posicionamento.


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  5. Vou entrar na debate. O motivo do PS não foi o comentário. Coloquei o PS depois que uma amiga de 22 anos me falou que não concordava tanto. Lembrei de mim aos 22 anos, do quanto me diverti, do quanto quebrei a cara e do quanto aprendi com isso. Respondi para ela: Nem eu.

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  6. Prazer Vinícius. Anônimo é meu nome, sobrenome Ninguém.

    O que importa não é o que está impresso no RG.

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