sábado, 30 de maio de 2009

O nome disto é preconceito

Ontem eu apresentei um trabalho no qual falei sobre o desrespeito e ignorância dos rótulos e das generalizações.
Hoje, soltei um comentário que denuncia a pessoa preconceituosa que sou e me envergonho de ser.
– Essa padaria é bem tradicional. Está tão bonita agora...
– E ela é boa? perguntou minha amiga.
– É. Mas antes parecida de caminhoneiro.
Detalhe: o pai dela e o avô dela são caminhoneiros.
Eu queria ter dito que a padaria era escura, que parecia um bar, tinha balcões antigos, mesas de fórmica bege descascada com cadeiras de madeira e cordas, que espetam a perna.
O que eu acabei dizendo é que caminhoneiros frequentam lugares pouco privilegiados, sujos.
E sabe quantos caminhoneiros eu conheço?
Nenhum.

Desculpa, amiga.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Encontrar (des) Conhecidos

Sabe quando você está na fila do cinema ou do supermercado e encontra alguém conhecido, mas com quem você não tem intimidade?
Rola um papo mais ou menos assim:
- E aí Ju, quanto tempo!
- Pois é, um século que a gente não se vê...
- Tá fazendo o quê?
- Estudando, trabalhando... E você?
- Eu também...
Pronto, o assunto terminou, mas a minha vez ainda vai demorar. Eu poderia simplesmente sorrir e virar para frente, mas às vezes a educação acaba com a minha espontaneidade. Tento puxar assunto e geralmente me arrependo:
- Pois é... tens visto a Carolina? Vocês eram bem amigas né?
- Nunca mais falei com ela...
- Humm...(olho para o caixa, já meio nervosa, e vejo que ele está trocando o papel) Supermercado é sempre cheio nessa hora, né?
- É.
- Eu devia me programar pra vir antes, mas nunca dá tempo...
- É, eu também...
Momento de tensão. O pouco assunto que tinha já se foi e eu me recuso e comentar a previsão do tempo para o final de semana. Deu. A gente não se vê há quase 10 anos e há quase 10 anos eu não me lembrava dela. Vamos ser honestos, essa conversa está chata e não tinha nenhum motivo para acontecer. Preciso dar um jeito de sair antes que ela, pensando a mesma coisa, comece a reclamar da chuva...
- Ahh, agora que eu vi que esqueci da acetona... Vou buscar. Prazer te ver, viu? E manda um beijo para a sua irmã (que eu esqueci o nome)...
-Eu não tenho irmã...
–Ah, eu confundi então... tanto tempo né...(tava demorando pra sair a bola fora. é melhor eu fugir bem rápido )Bom, de qualquer jeito, bom te ver.
- Você também.
Saio. Passo direto da prateleira dos cosméticos, dou uma volta e procuro a fila mais curta, novamente. A menor tem 6 pessoas.
Não sei por quê estranho tanto esse "viver em sociedade".

domingo, 24 de maio de 2009

O óbvio, ou o peso de ser brasileira

Eu não sei quantas crianças dormiram na rua essa noite. Eu não sei quantas meninas foram estupradas. Eu não sei quantas pessoas morreram sem atendimento médico. Mas eu tenho certeza de que isso aconteceu. Moro no Brasil e estes são os tipos de notícia que se escuta todo o dia, um pingo de água na torneira que martela a minha cabeça antes de dormir.

Eu já deveria ter me acostumado com a rotina das tragédias. Tem gente que nem vê. Que fecha as janelas no semáforo, constrói a casa num bairro ainda não contaminado pela violência e comemora - não sei o quê- com whisky com energético no final de semana. Só vão lembrar que a vida não é uma festa quando tiverem que pagar o flanelinha na saída da boate. "Esse bando de vagabundos" - dirão.

Quem dera achar que a preguiça é a causa dos nossos problemas. Quem dera acreditar que quem se esforça terá a sua vez. Seria gostoso, assim, pensar-me merecedora do meu conforto e crer que a vida só não é generosa com quem não tem vontade de vencer. Talvez me fizesse dormir melhor. Se fosse possível.

Quando eu era mais nova, sentia uma culpa inespecífica pela situação do País. Com o tempo, os meus sentimentos foram ficando nítidos. Descobri que não é a culpa, é o senso de responsabilidade que me atordoa. Não há como fingir que eu não posso mudar coisa nenhuma.

Não sei se adoto meus filhos, se aprendo a usar as leis de incentivo à Cultura ou se me candidato à vereadora, mas preciso encontrar uma maneira de trazer melhores perspectivas. Eu me recuso a aceitar que licenças ambientais são negociáveis, que a educação é só uma formalidade e que política é um jeito de roubar o dinheiro público. Florianópolis, por exemplo, gastou 6 milhões de reais para construir 2 terminais que nunca foram utilizados.

Na minha opinião, a pessoa que autoriza este tipo de absurdo deveria ser julgado não apenas por mal uso de verba, mas também por todas as consequências indiretas que o desvio causou. A cifra que se joga fora em uma obra desnecessária deixa de ser utilizada em causas urgentes, ou pelo menos importantes: se alguém morre atropelado num trecho onde não há calçada, dá pra chamar isso de má sorte?

Vou dormir tentando achar a resposta e já desperto cansada. Mas - é preciso deixar claro - o problema maior não é o sono. Está cada vez mais insuportável ficar acordada.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lacoste in the Sky

O céu estava nublado. Da janela do querto dava para ver as luzes de algum holofote superpotente dançando no escuro. Fiquei pensando no futuro, quando as luzes ficarem fortes a tal ponto que se possa projetar palavras, marcas, coisas assim. Acho que ia ter uma fila de gente querendo anunciar nas nuvens. Será que já existe legislação para esse tipo de uso do espaço aéreo? Ou será que em 2109 as pessoas vão achar estranho quando lerem o nosso céu tinha estrela?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Roubaram meu tempo

Escrever exige tempo. Faço tanta coisa chata que quando tenho tempo para escrever algo legal, eu fico com preguiça. Namorar exige tempo. Ter irmãos exige tempo. Tentar trocar uma passagem aérea exige muito tempo.
Eu queria que inventassem alguma coisa para devolver o tempo.
Ex: se eu ligasse para a Decolar.com e passasse 36 minutos e ninguém resolvesse o meu problema, eu deveria ser ressarcida em minutos grátis.


–Sra Sarah, como não conseguimos efetuar sua transição, devolveremos seu tempo. A senhora tem 36 minutos de crédito para serem usados hoje ou amanhã, turno matutino ou noturno.
–Eu posso ficar com o crédito e usá-lo na sexta feira?
–Claro, mas lembre-se que todas as solicitações devem ser confirmadas com 24 horas de antecedência.
–E como eu faço para avisar?
–A senhora deve entrar em contato por telefone.
– E se a ligação demorar?
–A senhora deve aguardar na linha.
–E serei ressarcida por esses minutos também?
–O tempo de espera da confirmação não é reembolsável.
–E quanto tempo demora esse atendimento?
–É variável, senhora Sarah.
–Mas normalmente, assim?
–Eu posso verificar a média no sistema. A senhora deve aguardar na linha.
Antes que eu responda começo a escutar:
"Voe decolar,
o maior site de viagens da américa Latina.
Passagens aéreas com desconto, hotéis fantásticos a preços incríveis. "
De fundo, uma música romântica, algo com teclado e sem voz. A musiquinha toca seis vezes. A mesma. Se eles sabem que vai demorar deveriam variar, ou dar a opção de ouvir rádio ou notícias... Enquanto eu pensava isso, o telefone fica mudo, como se tivesse caído a ligação. Começo a sentir falta da musiquinha. Pelo menos, ela dava a certeza de que ainda estou na linha. O silêncio me angustia, mas nao quero desligar porque vai ser bom ter esses 36 minutos de sexta à noite. Ou mesmo amanhã de manha. Se nao der certo, talvez eu peça para repor agora mesmo.
1 minuto e 10.
2 minutos e 50.
4 minutos.
–Alô? Alô? Tem alguem na linha?
Alô?
Decido esperar só mais 30 segundos quando sou surpreendida pela voz do outro lado.
– Senhora Sarah, o tempo médio de espera é de 44 minutos.
–44 minutos? Que absurdo! Quer dizer então que se eu tenho um crédito de 36 minutos, na verdade vou perder oito minutos?
– O nosso tempo médio de espera é de 44 minutos.
– Nao, nem pensar. Eu quero repor os meus 36 minutos agora.
– Devo informá-la senhora Sarah que o seu crédito atual é de 14 minutos.
–Mas nao eram 36?
–É que o tempo de informações adicionais também é automaticamente descontado do crédito de minutos.
–Que palhaçada! Vou falar bem rápido então: quero usar meus créditos agora.
–A sua ligação está sendo transferida para o setor de confirmação.

TUM TUM TUM TUM

Conclusão possível: O jeito mais eficiente de recuperar o tempo é desinventar o telemarketing.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quereres

Essa vídeo do Chico e do Caetando juntos é muito didático. O amor é mesmo um descompasso.

"O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim."

(Caetano veloso)

sábado, 16 de maio de 2009

Cadê?


Eu perdi os meus cds. Ontem à noite me dei conta de que não tenho a menor ideia de onde estão os milhares de cds que eu já comprei ou ganhei de presente. Lembro que eles iam se acumulando, dois ou três na mesma caixinha sem dentes (quando abre, cai tudo!). Acho que uns eu emprestei e nunca mais lembrei de pegar de volta, outros arranharam. A maior parte sumiu. Sobraram só os encartes.

É uma pena. As músicas são um passaporte para o passado. É fácil lembrar como eu me sentia em determinado momento ao escutar um som. Por pior que fosse. Quando inventaram a internet, eu escutava Legião Urbana, meu primeiro namoro foi só pagode, depois eu gostei do Grande Encontro e conheci Mundo Livre SA. Na faculdade, eu comecei a ir para Porto Seguro e passei alguns meses viciada no Axé do mais trash.

Desde então, não comprei mais cds. Fiquei acomodada com a internet e hoje escuto direto do computador. Gravo pouca coisa. Fico tranquila achando que quando eu quiser encontrar uma música, é só baixar. Mas quem garante?

Por quanto tempo as músicas de hoje vão ficar na rede? Será que vai ser fácil achar "Faca" do Mombojó daqui a 30 anos? Ou será que quando eu clicar [2000-2010] em algum portal de música a lista vai ser "Festa no apê" "Tropa de Elite" "Dança do Quadrado"?

...Acho que é melhor me prevenir e começar a reunir o que eu escuto num arquivo. De ferro.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Nitidamente gasto

Não te olho mais com os olhos do começo.

Coloquei as minhas lentes de cansaço,

Pouco a pouco ficou claro o teu avesso.

Toda tarde eu faço os mesmos julgamentos.

Repenso teus atrasos, teus descasos.

Me convenço de que o amor já se mudou de mim.

O emprego dos meus sonhos

O emprego dos meus sonhos ainda não existe. Talvez eu precise inventá-lo.

A minha função seria ajudar as pessoas a escreverem. Mas não como uma aula de redação para vestibular, e sim para outros textos importantes.

Público alvo: pessoas que odeiam escrever e detestam o que escrevem

Como funciona: Alguém precisa escrever um discurso de formatura, um artigo para revista, quer fazer as pazes com o pai, precisa escrever um depoimento no orkut e não tem a menor idéia de como começar. Essa pessoas me manda um e-mail com um rascunho que ela mesma escreveu e dizendo o que é importante que conste no texto. Eu leio e mando um e-mail com perguntas para melhorar a redação. Eu edito, corrijo o Português, vejo em quais pontos há falha de argumentação e dou sugestões para que o texto fique limpo e bem estruturado. Envio de volta, o cliente lê, faz as suas observações. Eu altero até que a pessoa "escreva" o texto que sempre sonhou!

Quem ganha com isso? Toda a sociedade! Eu prometo que ia programar os discursos para durarem no máximo 8 minutos e nunca, jamais, em hipótese alguma usaria as metáforas "A vida é uma estrada" ou "A vida é feita por etapas". Os depoimentos do orkut não teriam expressões como "essa pessoinha que eu amo".


Pra mim ia ser ótimo. Eu poderia passar a vida escrevendo cartas de amor...

domingo, 10 de maio de 2009

...

A saudade faz o tempo correr de joelhos.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Premonição, paranoia ou odisseia do copo d´água

***Aconteceu exatamente assim.

Quando já estava no quinto degrau da escada, escutei a voz de Marcelo: "Amor, me traz um copo d´água?" Mesmo com um monte de coisas na mão, respondi que sim.

Voltei ao térreo. Enquanto me dirigia à cozinha, tive a estranha certeza de que alguma coisa iria dar errado. Me conheço. Sei que não tenho coordenação motora suficiente para carregar uma bolsa, um lap top, um travesseiro e um copo sem derrubar nada.

"A água vai virar", pensei.

A fim de minimizar as chances de tomar um banho, tentei achar uma jarra. Não encontrei. Escolhi então um copo grande e cuidei para não enchê-lo até a boca.

"O copo vai cair", minha cabeça insistia.

Ciente de que era arriscado segurar tudo junto , resolvi fazer duas viagens: peguei o copo, subi a escada, deixei-o na mesa do computador. Desci a escada, peguei a tralha, subi e levei até o quarto. Voltei, peguei o copo e finalmente apoiei-o no criado mudo, ao lado da minha cama.

-Que cara é essa, meu amor. Tá sofrendo? pergunta Marcelo enquanto se aproxima de mim.

-É que eu tava com a impressão...

(antes que eu terminasse a frase, ele abre os braços para me abraçar. Sua mão bate no copo, que cai no chão. A água encharca a minha colcha e o tapete)

- de que isso ia acontecer.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Diário da princesa haha

Hoje fiz a minha primeira entrevista de emprego. Acho que foi bem melhor do que eu esperava. Se tudo der certo vou fazer pesquisa para um livro que será lançado daqui a cinco meses. Super.
A outra notícia boa é que a veterinária autora do livro das pelagens aceitou todas as minhas modificações no texto dela. Super.
Ás vezes, converso com gente que me chama de louca por ter desistido da Medicina.
Eles não sabem como eu estou feliz.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Amor não é o bastante

*** A autora do texto é a psicóloga Ana Paula Pamplona. Eu editei.



Novelas sempre terminam em casamento. O “sim” da mocinha, de véu e grinalda,traz a certeza de que eles serão felizes para sempre. Na vida real, no entanto, o casamento é o início de uma nova novela que ninguém sabe como vai acabar.

As regras que sustentavam o casal mudaram. O modelo de casamento dos nossos avós já não funciona mais. A mulher saiu de casa para trabalhar e hoje divide com o homem o cuidado dos filhos. O homem perdeu cargo de chefe e assumiu o posto de companheiro. O tamanho da família encolheu e hoje há quem escolha a opção de ser para sempre “dois”. Todas essas mudanças abalaram a estrutura familiar e é por isso que constantemente nos vemos confusos e inseguros frente ao casamento.

Mas ainda assim, nós queremos casar. Embora as estatísticas mostrem que o divórcio nunca esteve tão em alta, registra-se também um número significativo de pessoas dispostas a assumir um compromisso em nome do amor.

O problema é que o amor, por si só, não basta. Mesmo imensurável, incontrolável e tão poderoso, o amor, sozinho, não agüenta. Lealdade, sensibilidade, consideração, fidelidade, confiança, respeito e generosidade são também qualidades imprescindíveis para sustentar a união.

Escolher passar a vida com outra pessoa nos dá acesso a um tipo de relação muito diferente da que temos com aqueles que amamos e que também são próximos de nós. Quando elegemos alguém para viver junto, criamos expectativas. Queremos ter o amor, o apoio e
amparo incondicionais que nunca ninguém nos proporcionou. Esperamos que nosso parceiro se empenhe em atender nossos desejos, seja com uma declaração de amor, um beijo de boa noite
ou trocando a resistência do chuveiro. Assim, tudo que nosso cônjuge faz vem carregado de significados.Interpretamos cada atitude conforme nosso próprio conceito do que “devia ser”.

Nesse julgamento silencioso, muitas vezes, nos decepcionamos e erramos também. Falhas simples podem fazer com que casais deixem de agir de forma racional e passem a culpar-se mutuamente. Ao permitir que as hostilidades e os desentendimentos tomem conta do nosso dia-a-dia, deixamos de enxergar tudo de positivo que o outro faz.

Para fazer um casamento funcionar, é preciso desenvolver a capacidade de ver e ouvir com mais acuidade. Escutar atentamente, de forma não defensiva e levar em consideração o sentimento alheio são atitudes importantes para quebrar o ciclo vicioso de queixa-crítica- defensividade-desdém. Permite entender as necessidades do outro e traçar novas estratégias.

Além disso, precisamos desenvolver a comunicação. Pela internet, falamos virtualmente com todo o planeta e não conseguimos nos conectar com que dividimos o lençol. As palavras e a linguagem corporal são importantes no estabelecimento e manutenção da intimidade com o companheiro. É fundamental que o outro entenda plenamente o que queremos dizer antes que um simples “Não esqueça de trazer o pão quando vier!” seja entendido como um ataque e rebatido com um “Não me diga o que fazer. Não sou seu filho!”.

Numa discussão, normal entre casais, vale a pena tentar acalmar-se e identificar estados de descontrole emocional, tanto em si como no outro. É crucial que as pessoas reconheçam que não há vítimas em um casamento infeliz. Por mais sem esperança que um casamento pareça,
sempre temos várias opções. Cabe a cada um assumir a responsabilidade de fazer e ser feliz.

Nem mocinhos, nem vilões. Nessa novela, somos todos autores.

Você conhece este chapéu?



O nome dessa touquinha é barrete frígio. É reconhecida como símbolo da liberdade. Era usada por ex-escravos no Império Romano e durante a Revolução Francesa.
Como mostram as fotos, é uma peça muito versátil...

sábado, 2 de maio de 2009

Constatação


Com tanta destruição, os bichos do futuro serão de pelúcia.

Ontem eu achei um emprego. Hoje eu pedi demissão.

Ontem eu achei um emprego. Hoje eu pedi demissão. Vou explicar o motivo para que vocês se saiam melhor do que eu. Desemprego mata a aut...