- E se eu fosse um instrumento musical, que instrumento eu seria? - Perguntou hipoteticamente, sem nenhum propósito. Aceitaria qualquer resposta. Só queria ver quais seriam os argumentos dele para uma comparação tão absurda e desimportante.
-Uma harpa, respondeu imediatamente. Porque é bonita, suave e tem até essa tua curvinha nas costas, completou, apoiando a mão docemente sobre a coluna da moça deitada de bruços.
Ela escutou a metáfora como quem ouve uma declaração. O amor veio como uma onda calma e devolveu o sentido de todas as coisas. Soube-se infinitamente querida naquele momento e compreendeu que, sem ele, correria o risco de ter uma vida terrivelmente comum. "E eu que esperava que ele dissesse violão" - comentou para si mesma, achando-se burra em sua ingenuidade. Conhecia-o suficiente para saber que ele não era de clichês. Tudo, absolutamente tudo até agora ocorrera de maneira tão particular que a previsão do futuro assustava justo por sua impossibilidade. No instante em que foi imaginada harpa – o mais delicado instrumento que conhecia, porém o último que iria lembrar– não é que pudesse afirmar que o amaria para sempre, mas teve a certeza de que sempre poderia amá-lo de novo.
De arrepiar!
ResponderExcluirQue lindo, sensível! Eu também pensaria no violão...
ResponderExcluirAdorei...
ResponderExcluir"não é que pudesse afirmar que o amaria para sempre, mas teve a certeza de que sempre poderia amá-lo de novo" ai que coisa linda. quero guardar essa frase, de amar de novo!
ResponderExcluirlindo lindo, sarita!
Sarah
ResponderExcluirParece-me que a certeza que podemos amar sempre de novo (a mesma pessoa) é muito melhor que ama-la para sempre...
Amar sempre de novo, é fresco, jovial, cristalino, sempre cheirando a novo!
Amar para sempre, é do mesmo jeito, sempre, sempre, parece que cansa....
Descobristes com o exercício das palavras uma maneira muito deliciosa de amar, poética e encantadora colega!
Estou encantado!