quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Meu hino nacional

Se a apresentação da cantora Vanusa na Assembleia Legislativa foi triste, mais triste ainda foi a declaração de que o hino deveria ser mudado porque poucos sabem a letra. Hino não é hit, não é parada de sucesso. Hino é a música que identifica o povo e tem relação com o momento histórico em que foi escrito. E não importa se a letra é longa e as palavras são pouco usuais. Importa que emocione, que faça um brasileiro se reconhecer brasileiro.
Conheci o hino muito antes de seu significado. Tocava todas as segundas-feiras no colégio em que estudei quando pequena. Recordo que dava vontade de rir só de saber que tínhamos que ficar sérios. Depois, um pouco mais velha, lembro de me sentir parte de alguma coisa maior toda vez que escutava o hino. Acho que nessa época eu já entendia a letra e queria fazer o Brasil tão digno quanto o que eu imaginava ao ouvir a música. Queria não, quero.

***
Uma das particularidades do nosso hino é a inversão das frases. A maior parte das estrofes não faz muito sentido se forem interpretadas na ordem em que são cantadas:

Brasil, de amor eterno seja símbolo / O lábaro que ostentas estrelado

Na ordem direta fica:

Brasil, que o lábaro estrelado que ostentas seja símbolo de amor eterno.

É assim que entendo a última estrofe:

Brasil, que a bandeira estrelada que ostentas seja símbolo de amor eterno.E que seu verde-amarelo anuncie a glória no passado e paz no futuro.Se tratares a todos com justiça, verás que teus filhos não fogem à luta.Quem te adora não teme a própria morte.

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Vanusa disse que o hino precisava ser trocado pois não era coerente com a situação que vivemos. "O Brasil não está em berço esplêndido", ela argumentou.
O problema não está no hino.

Um comentário:

  1. Olha, de uma escola certinha, em que aprendi a cantar o Hino, as cores da bandeira, etc....mudaram-me pra uma gandaia geral. Pior: particular! Pagavam por toda aquela falta de informação.
    Não me preocupo em discutir se o Hino está em acordo com nossos dias, mas que me agrada sobremodo ter aprendido a cantá-lo, não terei dúvida jamais.
    Em resumo: reformismo e crítica exigem, como coerência, conhecimento do que se está criticando. Que se ensinem os ritos da Pátria, pra então criticá-los.
    Dó da Vanusa. E dó de nós todos, que, de tão ignorantes, criticamos o que não compreendemos.
    Um abraço!

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