quinta-feira, 2 de julho de 2009

Entre a tesoura e a cola branca

Passei quatro horas alternando entre a tesoura e cola branca. No meu primeiro dia de estágio, senti não ter me empenhado nas aulas de Educação Artística e me dei conta de que não consigo recortar em linha reta. Faz tanto tempo que assimilei o Ctrl C + Ctrl V que me esqueci como era fácil manchar papel sulfite com os dedos grudados de tinta de jornal. Mereço um desconto: estava começando.

O recorte e cole é uma das maneiras de fazer o trabalho de clipagem, talvez a mais rudimentar. A clipagem é necessária sempre que o jornal divulga as informações que se refiram à empresa, enviadas ou não pela Assessoria de Comunicação. Esse material precisa ser arquivado.
Para que essas matérias/notícias possam ser guardadas, primeiro elas precisam ser destacadas. Usa-se a tesoura de metal e os dedos. Depois, deve-se fixar cada notícia em uma folha branca com a data e o nome do veículo. Caneta, celulose e cola escolar.

Para decidir o que precisa ser recortado, usa-se a luz, o olho e o pensamento. Primeiro a claridade bate na folha e não é refletida pelo preto das letrinhas. Pela falta de cor, enxergo a letra e minha cabeça forma palavras. Essas palavras são lidas com o ritmo da língua portuguesa enquanto eu sigo as linhas em silêncio. Eu não só as entendo, como classifico: sei que atletismo não pertence à categoria Cultura, do mesmo jeito que místico não é de Esportes. Procuro as expressões que me interressam. Reconheço. Aviso para a mão que é a hora de acionar a tesoura. Luz, o olho, pensamento. Muita tecnologia.

Um comentário:

  1. que legal este seu novo trabalho, ler, classifiar e ainda sujar os dedos de cola, criar uma pelezinha pra arrancar depois!
    :)

    ResponderExcluir

Ontem eu achei um emprego. Hoje eu pedi demissão.

Ontem eu achei um emprego. Hoje eu pedi demissão. Vou explicar o motivo para que vocês se saiam melhor do que eu. Desemprego mata a aut...