Fotos contam historias, fotos falam por si. Recentes ou envelhecidas,
só quem viveu sabe da mágica peculiar contida em cada um desses
retângulos de papel. Combustível da saudade, freiam o tempo e têm
o poder de trazer de volta um rua que não este mais, a infância que o
tempo soprou, o abraço de alguém que se foi.Fotos são um certificado
de vida, a prova de que alguém amou. Amor de pai, de amigo, de irmão,
nenhum outro tipo de amor é tão revelado quanto o amor amor.
Mas logo que o romance termina os beijos acabam amassados no lixeiro
do quarto. A justificativa é sempre a mesma: é preciso esquecer.
Esquecer um grande amor é difícil e demorado. Por mais que se evite
pensar no fim, uma musica toca e o processo de amnésia seletiva vai por
lágrima abaixo. Uma vez, outra vez, outra vez, até que um dia a musica
vem e o choro não. Pronto. O riso volta pra casa, o coração fica leve.
A gente fala e acredita que esqueceu. Não é bem por ai.
O esquecimento não passa de uma maneira pratica que a cabeça
inventou para acabar com o problema da falta de espaço, rudimentar
como arrumar uma gaveta de escrivaninha.Do mesmo jeito que as
caneta sem carga,somem dos pensamentos o telefone do dentista e
os números do cpf, num processo de autoclean que não apaga a mão,
o beijo, o cheiro de um ex.
Não é por acaso que as paixões resistem a essa borracha inconsciente:
mais que deletados, os amores precisam ser aprendidos. Limitar o
ciúme, administrar a saudade, valorizar os amigos e os conselhos
que eles dão. Só o repensar dos nossos erros e acertos pode
aumentar as chances num próximo affair. Para quem se resigna
a remoer mágoas, a novela tem sempre o mesmo final infeliz.
Esquecer um grande amor é arrancar o melhor do passado e
abrir as portas para um novo fracasso. Se a tristeza é inevitável
cabe a cada um decidir quão longa, intensa e reveladora ela será.
Só não sofre com a separação quem nunca esteve perto, quem nunca
esbarrou na felicidade real de gostar de alguém. Pense nos finais de
semana, nas mensagens de boa noite no celular, e se ainda houver
alguma dúvida de que relembrar vale a pena basta pegar as fotos e
ouvir o que elas têm a dizer.
*** Este texto é bem antigo também. Estou meio ocupada essa semana
corrigindo os textos da Mundo Equestre e um livro sobre pelagens de
cavalo.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
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Amo fotos, tiro milheres sempre que estou com uma máquina na mão!!! Elas são mágicas, ao menos pra mim... se dependesse de mim, minha casa seria todinha coberta por fotos, pessoas queridas, pessoas que se foram... só os amores antigos que não, essas eu não quero mais não.. me abri pro novo e não me arrependo, afinal, já são quase 6 anos... hahaha!!
ResponderExcluirBeijos queridinha!!
que bonito. eu acho que os amores tem que ser compreendidos. depois que passa, entender o ciclo, o processo e o movimento. aprender a não ter aquilo que se quer é respeitar o tempo e o outro. por isso já pulo a fase da raiva, da vingancinha, de achar que a vida de solterice desvairada vai me convencer de que tudo está legal. não podemos esquecer. temos que dar beleza ao movimento de tudo que nos une e nos repele.
ResponderExcluire as fotos, sou suspeita pra falar, acho que são imensamente representativas e cheias de sentimentos.