sexta-feira, 24 de abril de 2009

Apesar dos negativos

Fotos contam historias, fotos falam por si. Recentes ou envelhecidas,

só quem viveu sabe da mágica peculiar contida em cada um desses

retângulos de papel. Combustível da saudade, freiam o tempo e têm

o poder de trazer de volta um rua que não este mais, a infância que o

tempo soprou, o abraço de alguém que se foi.Fotos são um certificado

de vida, a prova de que alguém amou. Amor de pai, de amigo, de irmão,

nenhum outro tipo de amor é tão revelado quanto o amor amor.

Mas logo que o romance termina os beijos acabam amassados no lixeiro

do quarto. A justificativa é sempre a mesma: é preciso esquecer.

Esquecer um grande amor é difícil e demorado. Por mais que se evite

pensar no fim, uma musica toca e o processo de amnésia seletiva vai por

lágrima abaixo. Uma vez, outra vez, outra vez, até que um dia a musica

vem e o choro não. Pronto. O riso volta pra casa, o coração fica leve.

A gente fala e acredita que esqueceu. Não é bem por ai.


O esquecimento não passa de uma maneira pratica que a cabeça

inventou para acabar com o problema da falta de espaço, rudimentar

como arrumar uma gaveta de escrivaninha.Do mesmo jeito que as

caneta sem carga,somem dos pensamentos o telefone do dentista e

os números do cpf, num processo de autoclean que não apaga a mão,

o beijo, o cheiro de um ex.


Não é por acaso que as paixões resistem a essa borracha inconsciente:

mais que deletados, os amores precisam ser aprendidos. Limitar o

ciúme, administrar a saudade, valorizar os amigos e os conselhos

que eles dão. Só o repensar dos nossos erros e acertos pode

aumentar as chances num próximo affair. Para quem se resigna

a remoer mágoas, a novela tem sempre o mesmo final infeliz.


Esquecer um grande amor é arrancar o melhor do passado e

abrir as portas para um novo fracasso. Se a tristeza é inevitável

cabe a cada um decidir quão longa, intensa e reveladora ela será.

Só não sofre com a separação quem nunca esteve perto, quem nunca

esbarrou na felicidade real de gostar de alguém. Pense nos finais de

semana, nas mensagens de boa noite no celular, e se ainda houver

alguma dúvida de que relembrar vale a pena basta pegar as fotos e

ouvir o que elas têm a dizer.

*** Este texto é bem antigo também. Estou meio ocupada essa semana
corrigindo os textos da Mundo Equestre e um livro sobre pelagens de
cavalo.

2 comentários:

  1. Amo fotos, tiro milheres sempre que estou com uma máquina na mão!!! Elas são mágicas, ao menos pra mim... se dependesse de mim, minha casa seria todinha coberta por fotos, pessoas queridas, pessoas que se foram... só os amores antigos que não, essas eu não quero mais não.. me abri pro novo e não me arrependo, afinal, já são quase 6 anos... hahaha!!

    Beijos queridinha!!

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  2. que bonito. eu acho que os amores tem que ser compreendidos. depois que passa, entender o ciclo, o processo e o movimento. aprender a não ter aquilo que se quer é respeitar o tempo e o outro. por isso já pulo a fase da raiva, da vingancinha, de achar que a vida de solterice desvairada vai me convencer de que tudo está legal. não podemos esquecer. temos que dar beleza ao movimento de tudo que nos une e nos repele.
    e as fotos, sou suspeita pra falar, acho que são imensamente representativas e cheias de sentimentos.

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