quarta-feira, 7 de agosto de 2013

(um silêncio interrompeu a conversa)



Ele diz que vai esperar para ficar comigo e eu fico com medo.

Sinto que preciso alertá-lo do meu poder de destruição,

do quanto posso magoá-lo, do quanto provavelmente vou.

Ele me acha tão linda e me olha como se eu fosse de algodão.

Não vê meu coração remendado nem sabe das minhas farpas.

Está tão feliz com o amor que não vê o risco

em dizer que gosta de mim. Eu vejo.

Tenho medo daquele ponto em que se perde o controle,

em que o outro passa a ser imprescindível,

em que a gente fica tão irracional que esquece de um mundo

com sete bilhões de pessoas.

Tenho medo de cometer os mesmos erros,

de cobrar quando podia entender, de levar tudo tão a sério,

de conviver com a sensação de estar sempre esperando.

Vai chegar uma hora em que ele não vai mais me perguntar

se prefiro coca ou guaraná

e teremos uma lista de certezas subentendidas.

Meus olhos vão denunciar tudo o que eu penso e

é possível que eu seja cruel por vingança.

Tenho medo daquela hora em que vou lembrar dele

antes de abrir o olho, e que vou precisar, não por dependência,

mas porque sou mais feliz do seu lado.

E quando eu paro para pensar se tudo isso me assusta,

eu penso que só um pouquinho.

Medo mesmo é do buraco que fica depois que o amor vai embora.


2 comentários:

  1. Sim, acho que conheço a alma feminina com as reticências necessárias.
    O poder de destruição... Isto é fato. E com a mesma intensidade, o poder de construção. Esta é a alma feminina: CHEIA DE INTENSIDADES.

    Belíssimo texto. Grande beijo, Sarah!

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  2. interessante observar a expectativa ai do outro lado.
    .
    .
    .
    http://discipulodesi.blogspot.com.br/2010/02/so-o-primeiro-dia.html

    ResponderExcluir

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