quarta-feira, 3 de março de 2010

Aulas de Roteiro



Quero escrever uma história e, mais que tudo, quero saber como se escreve uma. Já comecei alguns livros que não passaram da página 3. Alguns viraram postagem de blog, uns descansam no meu HD e habitam minha cabeça. A maior parte dos textos que criei foi solenemente deletado por falta de razão para existir.

Inventar uma história só parece fácil. A ideia de que você se senta em frente à tela do computador e as palavras saltam voluntariamente é uma lenda. As palavras saem das minhas mãos como crianças pequenas quando passeiam com o colégio. Há as que saem correndo a ponto de se perderem da professora, as se atrasam demais e por pouco não são atropeladas e as andam no ritmo, com mais ou menos vida.

É difícil compreender a métrica da composição, mas percebo que existe, claro, alguma lógica. Fera se transforma em príncipe e conquista Bela assim como a Anne Hathaway vira a preferida Miranda Priestly em "O diabo Veste Prada" e Júlia Roberts, uma linda mulher. Em toda a novela das oito, a trama principal consiste em um amor impossível e complicado por uma vilã que dedica sua vida a destruir a felicidade do galã e da mocinha. Por mais que seja possível reconhecer que existe padrão, noções sobre o que "funciona" são demasiado vagas para garantir que alguém, além da mãe e da melhor amiga, chegue até a última página.

Uma história precisa ser única, sincera, intensa e delicada. Ela tem que parecer real, por mais mágicos ou inusitados que sejam seus protagonistas.Uma história tem que ter tudo aquilo que se espera de uma história e mais tudo o que não se esperava dela (vide Sexto Sentido). Há que surpreender e corresponder. Os personagens, que de fato nunca existiram, devem sentir o que sentem todas as pessoas. Quem se comove é porque empresta sua vida às linhas que alguém escreveu.

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