quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sobre amor, como sempre


Se for pra amar, que eu ame mais.

Que seja eu a mais apaixonada,

que seja eu a morrer de raiva,

que seja eu a ficar no débito.

Porque amor, pra mim, é perder as contas.

É dar mais do que se tem pra dar.

Quer o meu dia inteiro? Pega.

Quer usar meu carro? É teu.

Eu não fui feita pra mesquinharias.

Amor, pra mim, só é grande quando se já repartiu todos os sonhos,

dividiu todos os planos, 

quando já se entregou a senha e a chave de casa.

Amor, pra mim, é das coisas imensas.

Dos oceanos, desejos, constelações e galáxias.

Não vejo graça em dosar apoio, em poupar presença, 

em guardar carinho.

Deixo para as estatísticas todas as casas decimais.

Não sei amar só um pouco, mas existe, claro, um limite.

Pra me proteger dos que pisam no meu castelo e 

depois tentam me convencer que sempre foi só areia. 

Para me defender dos que me cobram racionalidade 

quando eu me apaixonei por todos os bens que não se declara. 

Dos que esperam que eu seja imparcial quando ficou claro,

 desde o primeiro momento, que o meu lado é o teu.

Eu sei que passou do limite quando todo esse amor vira falta,

quando insegura eu começo a cobrar de volta o amor que eu dei de graça.

Sei que passou do limite quando começa a soar desperdício 

qualquer esforço pra ficar mais perto. 

As promessas passam do prazo. 

As palavras perdem o crédito.

Sei que passou do limite quando fico carente do que mais me sobra.



2 comentários:

  1. Bom a gente saber quando está passando do limite, não é mesmo? Assim não perdemos nosso precioso tempo!
    Adorei o texto!

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