Vão me chamar de louca, ciumenta, neurótica e
existe uma grande possibilidade de que estejam certos.
Pode ser também que toda a minha teoria
não passe de uma desculpa para mascarar
minha insegurança ou a minha necessidade
de controle sobre a vida alheia.
Mas não é assim que eu vejo.
No meu ponto de vista provavelmente deturpado,
a infidelidade propriamente dita não começa na balada
ou naquela viagem com os amigos.
Perigo mesmo é a conversinha.
Conversinha é aquele xalalá despretensioso
Conversinha é aquele xalalá despretensioso
que faz a alegria da gente nas noites online.
O gatão da academia que te adiciona e engata um papo
sobre fotografias no Tibet, ao qual nos mostramos
super interessadas, mesmo sem saber muito direito
onde fica o Tibet. Pode ser também aquele papo
mais inteligente sobre música, que me faz repensar
a expressão salva pelo gongo por salva pelo Google,
já que é pra lá que a gente corre antes de falar uma besteira.
O vencedor é aquele papinho cotidiano “tá sumida”,
“por onde anda”, que, embora não declarado,
deixa algumas intenções implícitas entre um heheh e um ;)
Qualquer mulher é capaz de perceber a diferença
entre conversa e conversinha. Conversinha tem pouco a ver
com uma amizade. A intenção dos caras é deixá-la em stand-by
até o dia em que, eventualmente, ele te chama pra dar uma volta.
A nossas intenções são exatamente iguais,
e é por isso que, entre os comprometidos,
conversinha vira problema.
Vira problema porque a conversinha é uma delícia.
Faz a gente lembrar o quanto somos interessantes.
O papo é leve, tão divertido que às vezes parece
que não tem problema deixar transparecer algumas ambiguidades.
Para as mulheres, tem a ver com vaidade, com testar o sex appeal.
Para os homens, acho que tem a ver com voltar à ativa,
fazer moral com os amigos ou provar pra si mesmo
que continua irresistível. Alguns escracham.
Os mais inteligentes permitem apenas supor alguma probabilidade.
O problema é que, quando duas pessoas
tentam se mostrar muito interessantes
uma para a outra, elas realmente se interessam.
Dependendo do tamanho da afinidade e do espaço
que sobra no tal “relacionamento sério”,
esse papinho borracha desperta uma curiosidade
que não dá pra descrever.
Pensando racionalmente, faz bastante sentido.
Atração não é qualquer coisinha.
É uma força poderosa e bem mais
antiga que a tendência à monogamia.
Vem nos protegendo da extinção há mais de 150 mil anos.
Colocou 6 bilhões de pessoas no planeta Terra.
Pra mim, é fato: quem fica de conversinha
uma hora vai querer levar pra conhecer a caverna.
... E se me chamarem de maluca,
eu vou dizer que é só ciência.
São verdades que um dia poderão deixar de sê-las, porém, são verdades.
ResponderExcluirEnfim, são verdades. Rsrsrs
ResponderExcluirAmei o texto, como sempre =)