sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Ah, a conversinha...


Vão me chamar de louca, ciumenta, neurótica e

existe uma grande possibilidade de que estejam certos. 

Pode ser também que toda a minha teoria 

não passe de uma desculpa para mascarar 

minha insegurança ou a minha necessidade 

de controle sobre a vida alheia. 

Mas não é assim que eu vejo. 

No meu ponto de vista provavelmente deturpado, 

a infidelidade propriamente dita não começa na balada 

ou naquela viagem com os amigos. 

Perigo mesmo é a conversinha.


Conversinha é aquele xalalá despretensioso 

que faz a alegria da gente nas noites online. 

O gatão da academia que te adiciona e engata um papo 

sobre fotografias no Tibet, ao qual nos mostramos 

super interessadas, mesmo sem saber muito direito 

onde fica o Tibet. Pode ser também aquele papo 

mais inteligente sobre música, que me faz repensar 

a expressão salva pelo gongo por salva pelo Google, 

já que é pra lá que a gente corre antes de falar uma besteira. 

O vencedor é aquele papinho cotidiano  “tá sumida”, 

“por onde anda”, que, embora não declarado, 

deixa algumas intenções implícitas entre um heheh e um ;)



Qualquer mulher é capaz de perceber a diferença 

entre conversa e conversinha. Conversinha tem pouco a ver 

com uma amizade. A intenção dos caras é deixá-la em stand-by

até o dia em que, eventualmente, ele te chama pra dar uma volta.

A nossas intenções são exatamente iguais, 

e é por isso que, entre os comprometidos, 

conversinha vira problema.


Vira problema porque a conversinha é uma delícia. 

Faz a gente lembrar o quanto somos interessantes. 

O papo é leve, tão divertido que às vezes parece

 que não tem problema deixar transparecer algumas ambiguidades. 

Para as mulheres, tem a ver com vaidade, com testar o sex appeal. 

Para os homens, acho que tem a ver com voltar à ativa, 

fazer moral com os amigos ou provar pra si mesmo 

que continua irresistível. Alguns escracham. 

Os mais inteligentes permitem apenas supor alguma probabilidade. 



O problema é que, quando duas pessoas

tentam se mostrar muito interessantes 

uma para a outra, elas realmente se interessam. 

Dependendo do tamanho da afinidade e do espaço 

que sobra no tal “relacionamento sério”, 

esse papinho borracha desperta uma curiosidade 

que não dá pra descrever. 

Pensando racionalmente, faz bastante sentido. 

Atração não é qualquer coisinha. 

É uma força poderosa e bem mais 

antiga que a tendência à monogamia. 

Vem nos protegendo da extinção há mais de 150 mil anos. 

Colocou 6 bilhões de pessoas no planeta Terra. 

Pra mim, é fato: quem fica de conversinha 

uma hora vai querer levar pra conhecer a caverna.



... E se me chamarem de maluca,
eu vou dizer que é só ciência.





2 comentários:

  1. São verdades que um dia poderão deixar de sê-las, porém, são verdades.

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  2. Enfim, são verdades. Rsrsrs

    Amei o texto, como sempre =)

    ResponderExcluir

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