sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Eu queria um amor, não um financiamento.


Eu não quero ser a chata. Você já deveria saber. Nós nos conhecemos, nos interessamos, eu me aproximei porque quis e achei que você gostasse também. Que fique claro: sei o caminho de volta. Não precisa se preocupar.

Pode ser que eu passe uns dias sem muita esperança, achando que o amor é um filme ruim que eu vi quando era pequena. Alguns anos atrás eu ficaria mais preocupada, mas hoje eu sei que isso passa.

Pelo menos por agora, me incomoda pensar que, na sua cabeça, dependência e envolvimento são sinônimos. Eu não quero te controlar, te pressionar, regular tuas saídas, invadir o teu espaço. Nunca esteve nos meus planos me afastar dos meus amigos, cancelar meus fins de semana, anular todo e qualquer interesse pra vigiar a tua vida.

Eu vejo de um jeito simples: temos química, amizade e parceria. Esse é o tipo de combo que eu quero para mim. Foi apenas por esse motivo que eu cogitei ficarmos mais. Não excluí as viagens do calendário, nem quis restringir o mundo ao edredon. Percebi que me sentia mais viva e feliz do teu lado e que as coisas entre nós fluíam bem.

Fluíam. Nesses últimos tempos, tenho recebido as mensagens que você não enviou. Nas noites em que esperei um convite que não veio, ficou bem evidente que você preferia se manter na superficie.

Não era pra ser sobre cobrança. Eu queria um amor, não um financiamento. Quando eu vejo o quanto o meu interesse te afasta, fico chateada por você pensar que eu gostaria de inspecionar sua rotina e, mais grave ainda, que eu prestaria a esse papel.

A conclusão que eu chego é que talvez você nem me conheça. Somos adultos e estamos bem. A minha vida é muito boa para eu me tornar sua fiscal.

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